Linhas soltas, asas rasgadas

Freedom is just chaos with better lighting.

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sexta-feira, março 30, 2007

Da minha boca

Se te amo demais
Temo sufocar-te
Se te amo de menos
Temo que te vás
Não sou indiferente
Tu é que não vês
Como cresce espinho
Neste caule torto
Pra nascer semente
Tu é que não crês
Se te amo, temo
Se te amo, te amo.

quinta-feira, março 29, 2007

Desconcertos

Motivos da minha dor de barriga:
- O não ter almoçado.
- Papéis se acumulando na mesa.
- Ligação pela metade, conversa sem tesão.
- Inglês com sotaque americano.
- Hoje, uma quase sexta-feira.
- Papéis, sempre os papéis.
- Um grito de criança.
- Eu odeio cartórios.
- Eu odeio imobiliárias.
- Mal falei com a minha mãe.
- Eu não sei como amar alguém.
- Vida que escorre, é tanto calor.
- Falta de idéias a não poder mais.
- A cabeça agora não dói.

sábado, março 24, 2007

As moscas

Para mim, a mortalha
Tapeçaria e musgo

Bafo quente, para elas
Finos membros gravetos

Repugnado, o ser homem
Joga fora o que não presta

Mas seu lixo é o belo delas

Nesse mundo tão menor
Frágil podre, mal não há.

(Exercício da oficina Viagem Literária - b_arco virgílio)

quinta-feira, março 22, 2007

O Labirinto

Este é o labirinto de Creta. Este é o labirinto de Creta cujo centro foi o Minotauro. Este é o labirinto de Creta cujo centro foi o Minotauro que Dante imaginou como um touro com cabeça de homem e em cuja rede de pedra se perderam tantas gerações. Este é o labirinto de Creta cujo centro foi o Minotauro, que Dante imaginou como um touro com cabeça de homem e em cuja rede de pedra se perderam tantas gerações como Maria Kodama e eu nos perdemos. Este é o labirinto de Creta cujo centro foi o Minotauro, que Dante imaginou como um touro com cabeça de homem e em cuja rede de pedra se perderam tantas gerações como Maria Kodama e eu nos perdemos naquela manhã e continuamos perdidos no tempo, esse outro labirinto.
(Jorge Luis Borges)

segunda-feira, março 19, 2007

Tarde úmida


Segunda-feira e essa chuva chata... Dia horrível, eu tentando mudar minha perspectiva.
Lado bom: Não choveu enquanto eu estava na rua sem umbrella.
Lado ruim: Segunda-feira assim de novo não dá!!! Outro dia cinzento na cidade de poucas cores...
As pessoas me ligam somente para fazer perguntas cretinas. É surpreendente a capacidade que alguns seres humanos têm de perguntar coisas sem sentido. Deve ser por isso que a humanidade está por um fio.
Depois tem outra coisa que me deixa frustrada... As pessoas que realmente poderiam ajudar a humanidade sempre têm problemas difíceis de serem resolvidos. E a gente nunca consegue ajudar, claro. Essa é a lei natural da existência.
Seria lindo se as segundas-feiras durassem apenas três segundos.

terça-feira, março 13, 2007

O aquário sem bordas


"The difference between genius and stupidity is that genius has its limits."

E viva a inspiração...

segunda-feira, março 12, 2007

Infinitas variantes

A vida é cheia de possibilidades. Vejamos o exemplo abaixo...
A pergunta hipotética: Por que ele não me ligou?
E algumas, entre a infinidade de respostas possíveis:

1. Porque o telefone estragou e o celular estava sem bateria.
2. Porque acordou atrasado pro trabalho e se esqueceu.
3. Porque não teve tempo. Há de se estabelecer prioridades.
4. Porque tomou água muito gelada e ficou sem voz devido ao choque térmico.
5. Porque imaginou que eu estaria trabalhando demais e não quis incomodar.
6. Porque estava esperando uma ligação importante e não podia ocupar a linha com papo furado.
7. Porque não achou que precisasse ligar. Não se sabe mais ler a mente das pessoas hoje em dia?
8. Porque perdeu o número do meu telefone, o qual ainda não conseguiu decorar.
9. Porque estava ocupado demais respondendo aos e-mails de suas várias fãs.
10. Porque o dia amanheceu quente e ele decidiu tirar férias na praia.
11. Porque sabia que eventualmente eu iria ligar para ele.

Melhor parar por aqui...
É impressionante a quantidade de bobagens nas quais uma mente ociosa é capaz de pensar em plena segunda-feira.

domingo, março 11, 2007

A canção da vida

A vida é louca
a vida é uma sarabanda
é um corrupio...
A vida múltipla dá-se as mãos como um bando
de raparigas em flor
e está cantando
em torno a ti:
Como eu sou bela
amor!
Entra em mim, como em uma tela
de Renoir
enquanto é primavera,
enquanto o mundo
não poluir
o azul do ar!
Não vás ficar
não vás ficar
aí...
como um salso chorando
na beira do rio...
(Como a vida é bela! como a vida é louca!)
Mario Quintana - Esconderijos do Tempo

Meu PS: A vida é assim... também :-)

quarta-feira, março 07, 2007

Nove da manhã

Hoje uma mulher esbarrou em mim na rua. Talvez ela tenha pensado o contrário, que fui eu é que esbarrei nela. Até me olhou feio. Considerando-se, porém, que a massa corporal da mulher em questão era muito maior do que a minha, fui eu quem pagou o pato nessa história toda...
Depois fiquei pensando se essas coisas não serviriam pra gente acordar. Abrir os olhos para o mundo como é ele de fato: cheio de imperfeições. Minha colega de apartamento agora resolveu fazer voto de silêncio (não sei se isso é bom ou ruim...) Não vou nem tentar entrar em divagações sobre quem está certa e quem está errada aqui. Ela sabe bem o que anda fazendo.
Os carros passam, monstros de metal. Os ônibus mais ainda. A rua é triste, há muito lixo. Há uma porção imensa de concreto rabiscado por alguém que buscava um pouco de cor. Se eu sinto angústia? Às vezes. E às vezes só queria que tudo fosse diferente, ou indiferente. Não criar expectativas que não se concretizam, ou dar um jeito de concretizar o que espero. Entender que não vale a pena buscar culpados.
A vida é assim e pronto.

terça-feira, março 06, 2007

A revolta contida

Era a última vez que ela iria aceitar esse tipo de coisa.
Há alguns meses haviam feito algo como promovê-la. Nonsense. Houve mudança nenhuma, senão para pior. O que aconteceu foi que ela assumiu um trabalho que não era seu e ainda cumpria com as muitas tarefas do anterior. Honestamente, isso tem bem outro nome...
Não bastasse, estava cansada. Não conseguia mais se comunicar com a pessoa que (assim era suposto) morava com ela, nem podia sair de onde estava porque seus braços pareciam atados. E porque de nada adianta ficar se lamentando, ela pensou em todas as possibilidades cabíveis para sua situação... só nascendo de novo. Deveria inventar uma personalidade diferente, que aceitasse menos. Mas também não suportava a idéia de não ser amada, então dava nisso.
Pior que isso, até. Porque no fim sempre chegava a Razão, com suas mãozinhas na cintura e ar superior, falando que era assim mesmo, que todo mundo precisava pensar nas consequências. De tanto pensar o coração dela ainda iria parar de bater.
As pessoas na rua andavam sem pressa. Três passantes à sua frente, caminhando como se estivessem morrendo. Ela queria chegar antes, queria que lhe dessem espaço. Mas não há mais cortesia nos dias de hoje. Como aquela senhora de bigode que por pouco não a atropelou, entrando a toda com o carro em sua garagem, sem se importar com os eventuais pedestres na calçada. Podia estar morta, a essas alturas, e outra não daria a mínima. Chamem meu advogado, s'il vous plait. E a tiazinha da limpeza, pois não há quem possa com tanto sangue... Vivemos em um mundo selvagem.
A internet não estava funcionando, resultando em um atraso de no mínimo duas horas na sua vida. Ela percebeu logo de cara que teria mais um dia comprido pela frente. Os insetos não a deixavam em paz. Calor infernal.
A revolta foi aos poucos se transformando em frustração, que depois se transformou em pena de si mesma e por fim virou apenas um punhado de planos para algum outro dia, quem sabe.
Era mesmo a última vez que ela iria aceitar esse tipo de coisa?

sexta-feira, março 02, 2007

Telefonema

Hoje tá um dia foda...
Então tá.
Então tá...



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