Linhas soltas, asas rasgadas

Freedom is just chaos with better lighting.

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sábado, junho 30, 2007

Dia útil

Business day? Um sábado deslumbrante de sol? Ela acordou e desejou que não fosse, não aquele em particular. Nem saberia explicar a coisa ruim que se instalava, quase vírus, e com o passar dos minutos aumentava o peso em seu peito.
Talvez a semana infernal em que cada gota de seu tempo tinha sido sugada por um monstro invisível. Assim desapareceram sete dias de sua vida, como se nunca houvessem existido. Ou como se não houvesse razão para existirem. Cento e sessenta e oito horas improdutivas, que não lhe acrescentaram nada.
Então em parte já estava justificado o desânimo de se mover. Chumbo nas pernas e braços, olhos querendo continuar fechados ad infinitum. Mas ia passar, como tudo. Como quase tudo.
O sol radiante, rindo-se dela. Pensou em uma tarde no parque, uma sessão de cinema, ir ao museu, beijar o namorado e não ter tantas coisas na cabeça, essas que evitavam ver as boas coisas.
Foi ao trabalho, ninguém apareceu. Sim, é importante que cada um se preocupe com a sua vida.

quarta-feira, junho 27, 2007

Sem razão


quinta-feira, junho 21, 2007

Quinta-feira

quarta-feira, junho 20, 2007

Um respiro

Pedra ao redor
Deslizamento
Pele ventando
O céu, sedento
De olhos bocas
Válvula tempo
Que a cada beijo
Seca uma lágrima

segunda-feira, junho 18, 2007

A verdade

Não vemos as coisas como elas são, mas como nós somos.
(Anais Nin)

quinta-feira, junho 14, 2007

Sunset

quarta-feira, junho 13, 2007

Minuto

Veja
o céu.
Olhei...
Seus olhos
esta manhã
estão verdes.
Foi um poema
improvisado.

terça-feira, junho 12, 2007

Namorados

Para ilustrar o dia de hoje, até pensei em colocar algum desenho fofinho ou uma porção de coraçõezinhos. Aquelas coisas piegas que a gente adora quando está apaixonado.
Acabei optando por um texto mais clean, mais a ver com paz (que no fim é o ideal do amor, pelo menos pra mim. E seria pra você também, se mudasse essa perspectiva de que o coração tem que bater descompassado 24 horas por dia - quer sofrer um enfarte, é?)
Sempre passei esta célebre data sozinha. As solteiras se lamentam, mas vamos e convenhamos: nem é tão ruim, trate de secar as lágrimas. Você economiza nos presentes e pode comer chocolate à vontade. Mentira... Dar presentes é muito bom (às vezes, até melhor que recebê-los) e chocolate eu sei que vou comer anyway.
Mas falando sério, depois que passei Natal e Ano Novo sem ninguém nos EUA (naquela época, meu chefe viajou com a mulher e eu fiquei por lá mesmo, fazendo companhia pro cachorro) nada pode ser mais deprimente. E nem foi tão triste assim, vai... Tirando a saudade da família, o resto foi televisão e pipoca.
Depois tem também o velho argumento de que o 12 de junho, como tantos outros desses dias "comemorativos", foi inventado única e exclusivamente pro comércio aumentar um pouco as vendas. Um complô do capitalismo para explorar nossos bolsos sentimentalistas. Também, só as mulheres é que se preocupam. Não fossem elas enchendo tanto o saco, nenhum homem lembraria de separar esta singela terça-feira das demais.
Enfim... Ama quem quer, ama quem pode, quem encontra a quem amar. Isso também é complicado demais. Eu, por exemplo, tenho uma estranha tendência a demorar taaanto para conseguir falar aquelas três palavrinhas... Levei só 25 anos pra soltar o verbo pela primeira vez. Por escrito é mais fácil? Não sei.
Então, quando finalmente consigo botar pra fora essa coisa toda e o sentimento é recíproco, vem minha querida inquietação a tiracolo. E o medo de perder a graça aos olhos do outro, como fica? O pavor de ser trocada, ou bem pior, usada, e (com o perdão da rima fraquinha) terminar "desnamorada"? A dúvida que aparece quando ele não está presente... e se não está, será porque não fui suficiente?
Pena não ter cartilha pra aprender a lidar com isso. Era coisa de se ensinar na escola (quem precisa de Química e Física?) Pra saber como dar jeito nessa ânsia. Vontade ingênua de que tudo dê certo, e as expectativas mais bobas que a gente coloca em cima de uma pessoa (coitada!) sem que ela possa sempre dar conta de atender às responsabilidades. Difíceis de realizar, nossas ilusões de relacionamento perfeito.
A gente espera demais. Um telefonema que não vem, ou que demora a vir. Ou que os outros tenham tempo pra gente o tempo inteiro. Que estejam ali, sorridentes e disponíveis, integralmente. Essa espera nunca termina. Só se o namoro terminar. Se bem que pode terminar é virando noivado ou casamento (sonho dourado das menininhas românticas - eu era uma delas? Assumida, sou ainda). Eterno enquanto dure? E se a duração for eterna? Melhor.
Porque é bom se ver nos olhos de outro alguém que não nosso próprio espelho. É ótimo ter em quem pensar em uma segunda-feira nublada, quando o ônibus atrasa e chega a conta de telefone (o quê, eu liguei tanto assim pro celular dele??? Não importa :-)
Ser feliz é estar quentinho pra dormir e ganhar um abraço apertado quando tudo parecia uma grande meleca do dia mais infernal da pior tpm... Sim, sim, namorar é bom.
Ok, eu não descobri a América (e nem tenho pretensões). Mas descobri o amor... e recomendo.

segunda-feira, junho 11, 2007

Rimbaud

Elle est retrouvée.
Quoi? - L'Éternité.
C'est la mer allée
Avec le soleil.

Achada, é verdade.
Quem? - A Eternidade.
É o mar que se evade
Com o sol à tarde.

quarta-feira, junho 06, 2007

Solução

terça-feira, junho 05, 2007

Junho

Mudança. Caminhão de entrega dos móveis, ninguém em casa. Maldito porteiro, sempre ali regulando e nem pra colaborar. Vários caminhos errados até acertar o ônibus pro trabalho. Sala vazia, caixas demais, colchão no chão. Cólicas menstruais, god damn it. Frio de doer a pele, nem sol ajuda. Viagem marcada, nada pronto. Chefe atacado, infernizando. Celular toca vez ou outra, as pequenas alegrias. Vontade de chimarrão. Saudade da praia, irmão pela internet. A outra agora abrindo floricultura. Dia dos namorados chegando. Romance inacabado, leve bloqueio despoético. Silêncio por todos os lados. Planos.


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