Linhas soltas, asas rasgadas

Freedom is just chaos with better lighting.

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terça-feira, janeiro 27, 2009

Com meus botões*

(*Contém spoilers... muitos)

Até hoje cedo eu não sabia exatamente o que havia me incomodado em Benjamin Button. Sim, o filme é perfeito, David Fincher é um gênio. Isso é fato, não importa quantos Oscars ele ganhe ou deixe de ganhar. É impossível comentar em detalhes exatamente tudo o que há de bom e impressionante nas três maravilhosas horas de quase hipnotismo que esse filme proporciona, então vou deixar de lado a fotografia belíssima e a impecável direção de arte pra comentar sobre o que realmente me tocou... e incomodou. Mas como assim? Então eu gostei ou não?
Vamos falar do roteiro. Ainda não li o conto de Fitzgerald, mas a premissa é clara: Benjamin Button é um homem que envelhece ao contrário. Eventualmente, ele acaba rejuvenescendo a ponto de se tornar um bebê... e por fim deixa de existir. Simples assim. Mas o que há de tão especial na adaptação da história desse personagem definido por aí como "bizarro"? A maneira como ele encara o tempo. Curiosamente, o roteiro coloca o protagonista em New Orleans, uma cidade que tem algo de fênix, que se levantou das cinzas e conquistou sua atemporalidade na magia de parecer capaz de existir eternamente (não importa quantos furacões passem por ela).
Mas também não vou me deter nisso. Nem nas atuações, que por si mesmas já mereciam um comentário à parte - desde o próprio Benjamin até o tragicômico velhinho atingido por sete raios, todos vivem brilhantemente seus papéis. Não. Quero falar da linguagem, do filme por trás do filme, da imagem além do olhar. Pois foi aí que eu realmente descobri o que estava errado.
"The curious case of Benjamin Button" não é um romance, embora fale sobre pessoas que se amam. Fincher costura a trama com propriedade, racionalidade, até mesmo um certo distanciamento. Ele sabe bem como se afastar da facilidade melodramática. Mas deixa tudo ali, à disposição, para ser decifrado por quem quiser prestar atenção. Sim, a morte é inevitável. Certo, isso é muito triste e as pessoas não ficam juntas para sempre, mesmo se o amor for imenso. Mas fazemos escolhas e cada um é dono de seu relógio, que infelizmente não pode ser enganado. Nem pode correr no sentido anti-horário, por mais que eu ou você tentemos trapacear com os ponteiros. Em algum momento, o relógio acaba parando de funcionar.
Incomoda ver que as coisas não terminam como deveriam, que finais "felizes" são fantasias (bonitas e confortáveis, mas pouco prováveis) e que o passar dos anos é cruel demais pro meu gosto. Mas acima de tudo, incomoda perceber como é breve meu tempo, como não tenho controle. Como desejo coisas que estão muito além da realidade. Pois é... uma verdadeira auto-análise. O que a princípio pode parecer apenas o universo fantástico de um homem diferente de todos os outros, na verdade é Fincher evitando que eu caia no abismo da irrealidade. A vida é assim e pronto.
Eu sei que me incomodei porque gosto de acreditar em grandes tolices, tenho uma tendência a alimentar sonhos impossíveis, espero por desfechos altamente incertos. E por mais que tente, dificilmente terei sabedoria pra ver as coisas tão "de fora". Agora me pergunto: quantos anos ainda precisarei perder pra realmente entender essas coisas? Não poucos.
No fundo, queria apenas ser mais como Benjamin.

quarta-feira, janeiro 21, 2009

Atualizando

Updating the blog for a couple of readers:

- Bush finalmente destronado, Obama pelo menos parece mais simpático. Mas até aí todo presidente é igual no dia da posse. Quando o primeiro atentado terrorista acontece é que eles botam as manguinhas de fora.


- "The curious case of Benjamin Button" no cinema. Fincher e sua genialidade, can't wait to check it out. Obrigatório.


- Vida bandida no more. Coração meio Anne Elliot style ("Persuasion", alguém? I'm a sucker for those things). E como eu também sou uma idiota completa, sempre que tento tocar no assunto acabo soando pedante. Why can't I just keep my mouth shut? Dammit.

- 2009 de projetos a realizar. Vou mesmo entrar em jornalismo, ainda que tenha de transferir para outra universidade ano que vem. O trabalho me mantem ocupada, a questão sobre carreira e etc, cinema só no papel... isso me atormenta um pouco. Acho que o tormento deve ser parte da diversão.


Mas até que esse inferno astral está sendo bom. Pode ser que eu fique feliz na semana que vem.

terça-feira, janeiro 06, 2009

You. But not you.

"It can always be you in the future."
That was the last sentence of her new story. It was probably the most personal thing she'd ever written. After all, they were friends.
He probably wouldn't have guessed, but she had a big crush on him back then. But then there was another person in his life. Later on, she found herself a boyfriend. So when he was single again, she was not. She was too blind to let it happen.
Now why screw up such a perfect friendship? How was that supposed to work? This wasn't the movies. There was no happy ending.
That's right, she shouldn't say anything. It was silly and absurd. They could keep on making projects together, having wonderful conversations about filmmaking, and dating other people.
She wouldn't have had the guts to publish it, anyways.
File deleted. End of story.

sexta-feira, janeiro 02, 2009

Les vacances

Eu meio que me sinto na obrigação de escrever alguma coisa pra "iniciar" o ano de 2009, então vamos lá... Calor, preguiça de escrever. Whatever. Férias servem pra isso, não é mesmo? 'Bora recarregar as energias e (if we're lucky) ter umas idéias novas. Se beber, não dirija. Se comer demais, caminhe um pouco depois. Sexo com camisinha, sol com protetor. Etc etc etc.
É difícil se reinventar todo ano... e será mesmo preciso?
Je ne sais pas.


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