Linhas soltas, asas rasgadas

Freedom is just chaos with better lighting.

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sábado, novembro 25, 2006

Um roteiro


A PARTIDA

FADE IN

EXT. ESTÁDIO DE TÊNIS – DIA
Dois bonequinhos sentados na arquibancada de um estádio de tênis, assistindo ao jogo e comendo pipocas.

BONECO 1
Que tédio!

BONECO 2
É...

Um terceiro bonequinho aparece, demonstrando uma certa atitude.

BONECO 3
Sai daí, meu!

BONECO 2
Quê?

BONECO 3
Cê tá no meu lugar!

BONECO 1
Cai fora, mané!

O BONECO 3 parte pra cima dos dois primeiros e eles começam a se bater. Enquanto isso, no jogo, uma discussão é iniciada entre os adversários. Logo começa uma briga na quadra, entre os dois jogadores. Quando os BONECOS 1 e 2 se dão conta da briga, eles param de se bater no número 3 e se espremem para dar espaço ao bonequinho encrenqueiro, que senta no meio dos dois primeiros. Eles comem pipocas.

BONECO 1
Falta de espírito esportivo...

BONECO 2
É...

BONECO 3
Sem noção.

FADE OUT

quinta-feira, novembro 23, 2006

Next stop: Neverland

O eterno retorno à prosa... Agora sobre um assunto que ninguêm vê, em um blog que ninguém lê (ok, quase ninguém... A exceção é uma pessoa que vale por todas as outras que não se importam e nem me importam).
Pois bem, um certo alguém andou me dizendo que ficou até com medo de se aproximar de mim depois de ler os textos revoltados dos últimos tempos, além do quê é de conhecimento geral que meus relacionamentos não são perfeitos exemplos daquilo que há de mais duradouro no mundo. Será que adianta eu falar que desta vez é diferente? Desta vez, ele é diferente.
Por conta disso, no more desabafos de um coraçãozinho sarcástico. Hoje em dia meu coração vai muito bem, obrigada. E que ele não ouse dar um pio... Afinal de contas, não é todo o dia que se esbarra com um psicanalista de olhos verdes que me vença tão facilmente no xadrez... Well well, a vida é bela e a felicidade até que existe.
Então deixemos o amor e suas implicações de lado, e falemos da tal Neverland. A Terra do Nunca é um lugar mítico que existe para que a gente tenha um consolo neste mundo de adultos insanos no qual fomos atirados depois de um período tortuoso (que um dia lembraremos nostalgicamente como o melhor) de nossas vidas, chamado adolescência. Adultos insanos, eu disse? Estressados, maquiavélicos e tiranos. Enfim, c'est la vie.
E era uma vez a vida imaginada de um menino que não queria crescer. É ainda o maior dilema (bem longe da imaginação, bem perto da realidade minha e sua) de todo ser humano. A humanidade não quer crescer. Ou talvez a frase deva ser reformulada para um melhor entendimento da questão... A humanidade simplesmente não quer envelhecer.
Antigamente era permitido ficar velho. Hoje não é mais. Hoje não é permitido mais nada, a bem da verdade. Morrer, nunca ninguém quis. Mas ganhar umas rugas ou um par de fios brancos aqui e ali costumava ser natural, e muitas vezes até acrescentava uma certa distinção ao ar do sujeito. Ou uma sutil respeitabilidade à aparência da dama. Hoje foi tudo ladeira abaixo, sem retorno nem sinto muito, até logo.
Passa uma senhora com um autêntico ar de quem já viveu o que tinha que viver e depois disso é só ruína, melhor desistir antes que se torne embaraçoso para todos... Mas não, lá foi ela e fez dez plásticas, pensando que com essa grandiosa maravilha da medicina moderna faria voltar o ponteiro do relógio. Ok, vamos encarar a realidade: só se tem dezoito anos uma vez na vida, e convenhamos que isso não dura muito tempo (sendo mais exata, a bênção dura menos de 365 dias).
Pois é, pois é... Tantas divagações e até agora não cheguei a lugar algum. Nem sei por que comecei o assunto, só quis escrever alguma coisa diferente hoje porque não aguentava mais um certo rapaz que faz serenatas ao telefone lendo pra mim (em voz alta!!!) meus textos antigos que eu sei de cor e dos quais já enjoei assim que os postei neste meu blog. Mas aí fiquei observando as coisas e o tempo aqui... E me olhei no espelho, e me vi. Pensei mais um pouco e concluí que o jeito é aceitar o fato: o tempo passa e a gente se desfaz.
Já que não há como evitar essa passagem nem sempre muito suave, minha saída ainda é a coisa mais simples que existe pra quem sonha... fechar os olhos e voar. Próxima parada: Dreamland.

sexta-feira, novembro 10, 2006

Uma pessoa

E sabe bem ser o bastante.
Logo me fala, mas não importa
Não mais importa o som que passa por entre seus lábios
Porque esses mesmos lábios, que eu quase quisera meus
Segundos depois ficaram impressos
Nas doces pétalas do tempo
Como lembranças ensolaradas
De três dias que flutuam
Suaves...
Enquanto aqui dentro é tudo tão
Tempestade de verão.

A meu risco e a meu temor
Essa pessoa talvez não exista
Para além dos meus sonhos felizes. E ainda assim
Segue insistindo que meus olhos na verdade são tão verdes
(Embora eu saiba que somente contra o sol da manhã)
Nem por um instante alcançando a pureza
A paz transformada em tons de azul
De quando os seus repousam
- Intensos
Sobre mim.

Uma pessoa que contém em si tanta luz
Que jamais um poema me pareceu tão pequeno
E disse tão pouco de quem tanto sente.


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