Linhas soltas, asas rasgadas

Freedom is just chaos with better lighting.

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Local: São Paulo, SP, Brazil

quinta-feira, outubro 30, 2008

Agenda cultural

Para os dois ou três leitores deste blog, e entre esses os que gostam da arte do Renascimento, uma sugestão de museu pra visitar em São Paulo. A exposição fica no Brasil até o final de novembro, então vale a dica. Enjoy!

quarta-feira, outubro 22, 2008

Na calçada

O menino de pés descalços, sujos, olha para dentro do restaurante pelo vidro da janela. Sempre desejou ter uma irmãzinha. Mas a mãe, grávida, os policiais levaram. Nunca mais se soube, nem voltou para casa. O menino de repente se pergunta por que algumas famílias são tão grandes, enquanto outras simplesmente não existem. Doem seus pés, mas ele vai-se embora. Passos curtos, pedregulhos.

terça-feira, outubro 14, 2008

Vesperais nas janelas

Mais um belíssimo espetáculo do Grupo Redimunho, no casarão da Escola Paulista de Restauro (Rua Major Diogo, 91, Anhangabaú).
Em cartaz até 14 de dezembro, aos sábados (21h) e domingos (19h).
Reservas pelo telefone 3101-9645 ou 3237-4898.
A peça dá vida aos diversos ambientes da casa, misturando o sertão de Guimarães Rosa à magia do universo circense, com muita música, cor e bom humor. Vale a pena!

sexta-feira, outubro 10, 2008

De Pessoa

XVIII

Quem me dera que eu fosse o pó da estrada
E que os pés dos pobres me estivessem pisando...

Quem me dera que eu fosse os rios que correm
E que as lavadeiras estivessem à minha beira...

Quem me dera que eu fosse os choupos à margem do rio
E tivesse só o céu por cima e a água por baixo...

Quem me dera que eu fosse o burro do moleiro
E que ele me batesse e me estimasse...

Antes isso que ser o que atravessa a vida
Olhando para trás de si e tendo pena...

("Poemas completos de Alberto Caeiro")

segunda-feira, outubro 06, 2008

Expectativas

Eventualmente, o príncipe encantado acaba aparecendo. O problema é a quantidade de sapos que temos de beijar até que isso aconteça.

Sobre finais

"Nem eu, nem tu, nem ela, nem qualquer outra pessoa desta história poderia responder mais, tão certo é que o destino, como todos os dramaturgos, não anuncia as peripécias nem o desfecho. Eles chegam a seu tempo, até que o pano cai, apagam-se as luzes, e os espectadores vão dormir. Nesse gênero há porventura alguma cousa que reformar, e eu proporia, como ensaio, que as peças começassem pelo fim. Otelo mataria a si e a Desdêmona no primeiro ato, os três seguintes seriam dados à ação lenta e decrescente do ciúme, e o último ficaria só com as cenas iniciais da ameaça dos turcos, as explicações de Otelo e Desdêmona, e o bom conselho do fino lago: "Mete dinheiro na bolsa." Desta maneira, o espectador, por um lado, acharia no teatro a charada habitual que os periódicos lhe dão, por que os últimos atos explicam o desfecho do primeiro, espécie de conceito, e, por outro lado, ia para a cama com uma boa impressão de ternura e de amor." (trecho de "Dom Casmurro", Machado de Assis)


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