Linhas soltas, asas rasgadas

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terça-feira, junho 12, 2007

Namorados

Para ilustrar o dia de hoje, até pensei em colocar algum desenho fofinho ou uma porção de coraçõezinhos. Aquelas coisas piegas que a gente adora quando está apaixonado.
Acabei optando por um texto mais clean, mais a ver com paz (que no fim é o ideal do amor, pelo menos pra mim. E seria pra você também, se mudasse essa perspectiva de que o coração tem que bater descompassado 24 horas por dia - quer sofrer um enfarte, é?)
Sempre passei esta célebre data sozinha. As solteiras se lamentam, mas vamos e convenhamos: nem é tão ruim, trate de secar as lágrimas. Você economiza nos presentes e pode comer chocolate à vontade. Mentira... Dar presentes é muito bom (às vezes, até melhor que recebê-los) e chocolate eu sei que vou comer anyway.
Mas falando sério, depois que passei Natal e Ano Novo sem ninguém nos EUA (naquela época, meu chefe viajou com a mulher e eu fiquei por lá mesmo, fazendo companhia pro cachorro) nada pode ser mais deprimente. E nem foi tão triste assim, vai... Tirando a saudade da família, o resto foi televisão e pipoca.
Depois tem também o velho argumento de que o 12 de junho, como tantos outros desses dias "comemorativos", foi inventado única e exclusivamente pro comércio aumentar um pouco as vendas. Um complô do capitalismo para explorar nossos bolsos sentimentalistas. Também, só as mulheres é que se preocupam. Não fossem elas enchendo tanto o saco, nenhum homem lembraria de separar esta singela terça-feira das demais.
Enfim... Ama quem quer, ama quem pode, quem encontra a quem amar. Isso também é complicado demais. Eu, por exemplo, tenho uma estranha tendência a demorar taaanto para conseguir falar aquelas três palavrinhas... Levei só 25 anos pra soltar o verbo pela primeira vez. Por escrito é mais fácil? Não sei.
Então, quando finalmente consigo botar pra fora essa coisa toda e o sentimento é recíproco, vem minha querida inquietação a tiracolo. E o medo de perder a graça aos olhos do outro, como fica? O pavor de ser trocada, ou bem pior, usada, e (com o perdão da rima fraquinha) terminar "desnamorada"? A dúvida que aparece quando ele não está presente... e se não está, será porque não fui suficiente?
Pena não ter cartilha pra aprender a lidar com isso. Era coisa de se ensinar na escola (quem precisa de Química e Física?) Pra saber como dar jeito nessa ânsia. Vontade ingênua de que tudo dê certo, e as expectativas mais bobas que a gente coloca em cima de uma pessoa (coitada!) sem que ela possa sempre dar conta de atender às responsabilidades. Difíceis de realizar, nossas ilusões de relacionamento perfeito.
A gente espera demais. Um telefonema que não vem, ou que demora a vir. Ou que os outros tenham tempo pra gente o tempo inteiro. Que estejam ali, sorridentes e disponíveis, integralmente. Essa espera nunca termina. Só se o namoro terminar. Se bem que pode terminar é virando noivado ou casamento (sonho dourado das menininhas românticas - eu era uma delas? Assumida, sou ainda). Eterno enquanto dure? E se a duração for eterna? Melhor.
Porque é bom se ver nos olhos de outro alguém que não nosso próprio espelho. É ótimo ter em quem pensar em uma segunda-feira nublada, quando o ônibus atrasa e chega a conta de telefone (o quê, eu liguei tanto assim pro celular dele??? Não importa :-)
Ser feliz é estar quentinho pra dormir e ganhar um abraço apertado quando tudo parecia uma grande meleca do dia mais infernal da pior tpm... Sim, sim, namorar é bom.
Ok, eu não descobri a América (e nem tenho pretensões). Mas descobri o amor... e recomendo.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Beautiful and true, that's all. I just loved! Love you tons, by the way!!! Kisses kisses kom karinho, Karinha

4:28 PM  

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