O tempo tem maneiras diversas de passar. Às vezes, um minuto se estende longamente; outras, o mesmo intervalo de tempo passa sem ser visto, como se voasse. Neste instante, por exemplo, um punhado de segundos parece escorrer lentamente pelo pequeno buraco de uma ampulheta. Mas quem é o verdadeiro dono do meu tempo?
De acordo com algumas fontes incertas, originalmente um segundo deveria ser o tempo que um raio de sol leva para riscar a distância de 1/86400 da circunferência terrestre. Atualmente, segundo fontes também duvidosas, o que chamamos de segundo é definido através da radiação de um átomo de Césio 133 em um relógio atômico.
Não que faça qualquer diferença. Para mim, um simples dia sempre será equivalente a uma eternidade quando ele precede algum acontecimento importante. Quando eu era pequena, mal conseguia dormir nas vésperas das minhas viagens à praia. Pena que, na mesma proporção em que a ansiedade arrasta os momentos, a felicidade os encurta.
Quero muito ver minha família, mas não quero nem um pouco as longas horas perdidas dentro de um ônibus. Quero que chegue setembro, mas no fundo não quero tanto, porque quanto mais se aproxima o janeiro seguinte, mais sinto que o tempo me engana conforme a idade aumenta. Minha quota é limitada, há que se economizar de vez em quando.
Existem mil formas de definir o andar das horas. A concepção comum de tempo é indicada por intervalos ou períodos de duração. Mas o tempo não tem unidade, apenas ingenuidade. Minha, de eventualmente acreditar que serei capaz de controlar seus mecanismos misteriosos. E também sua, de gastar seu precioso tempo lendo um texto sem grandes propósitos.
Não vou comentar a brevidade/fugacidade da vida. Não vou divagar sobre a pressa que acompanha esses tempos modernos. Não vou nem falar de carpe diem. Vou apenas dar uma olhada rápida no relógio.
Pronto, o tempo já me prendeu. Bem, acho que agora eu acabei perdendo a hora.