Crônica de uma primeira vez
Realmente, é algo impossível de se esquecer. Caminhando pelas ruas do centro de São Paulo, eu me pergunto por que nunca antes participei dessa tal Virada Cultural. Deve ser a fobia de aglomerações. Gente é o que não falta em eventos assim.
No Anhangabaú, um grupo de malucos desfila com fantasias do filme "Guerra nas Estrelas". Malucos, eu disse? Tem alguma pessoa normal por aqui? Sigo andando, desviando de outro grupo, esse de ciclistas. Não sabem para onde vão, mas pedalam. Com tantas atrações, não será muito difícil encontrarem algo que agrade.
Logo adiante, um palco e um show. A música não é tão boa, as pessoas não parecem tão animadas, mas a chuva luminosa de papel picado é um espetáculo à parte. A cidade parece ganhar mais vida, mais pulso, com tantas luzes. Essa é a magia de São Paulo, que até para momentos mágicos tem data e hora marcadas - neste caso, das 18h do sábado, 15 de maio, até as 18h do domingo.
Tambores, máscaras chinesas, um grupo de performers dança num gramado da Praça Ramos. Mais adiante, sobe um balão de gás no qual estão pendurados dois acrobatas. As pessoas, maravilhadas, voltam seus olhos para o céu. Mas eu não tenho tempo de me maravilhar, já estou procurando por novas surpresas. Em cada esquina, algo diferente. Não é fácil manter o foco.
Continuo caminhando e acabo na Luz, a estação. A orquestra sinfônica e o coral municipal executam Carmina Burana. A plateia exulta com o final apoteótico. Tudo é muito grandioso, muito poderoso. E pela primeira vez durante as várias horas de tantos deslumbramentos, algo verdadeiramente prendeu minha atenção.
O sábado já virou domingo e meus passos me levam de volta para casa. No caminho, um guindaste segura um piano. O pianista, pendurado lá em cima, toca uma melodia que é só dele. Não olha para baixo, nem parece dar-se conta dos espectadores que o observam, abismados. Não liga para a altura, apenas desliza seus dedos pelo teclado. Sua noite virou uma coisa só entre a música e o céu. E essa é a última lembrança que levo comigo, nessa primeira de muitas Viradas que ainda virão pela frente.
No Anhangabaú, um grupo de malucos desfila com fantasias do filme "Guerra nas Estrelas". Malucos, eu disse? Tem alguma pessoa normal por aqui? Sigo andando, desviando de outro grupo, esse de ciclistas. Não sabem para onde vão, mas pedalam. Com tantas atrações, não será muito difícil encontrarem algo que agrade.
Logo adiante, um palco e um show. A música não é tão boa, as pessoas não parecem tão animadas, mas a chuva luminosa de papel picado é um espetáculo à parte. A cidade parece ganhar mais vida, mais pulso, com tantas luzes. Essa é a magia de São Paulo, que até para momentos mágicos tem data e hora marcadas - neste caso, das 18h do sábado, 15 de maio, até as 18h do domingo.
Tambores, máscaras chinesas, um grupo de performers dança num gramado da Praça Ramos. Mais adiante, sobe um balão de gás no qual estão pendurados dois acrobatas. As pessoas, maravilhadas, voltam seus olhos para o céu. Mas eu não tenho tempo de me maravilhar, já estou procurando por novas surpresas. Em cada esquina, algo diferente. Não é fácil manter o foco.
Continuo caminhando e acabo na Luz, a estação. A orquestra sinfônica e o coral municipal executam Carmina Burana. A plateia exulta com o final apoteótico. Tudo é muito grandioso, muito poderoso. E pela primeira vez durante as várias horas de tantos deslumbramentos, algo verdadeiramente prendeu minha atenção.
O sábado já virou domingo e meus passos me levam de volta para casa. No caminho, um guindaste segura um piano. O pianista, pendurado lá em cima, toca uma melodia que é só dele. Não olha para baixo, nem parece dar-se conta dos espectadores que o observam, abismados. Não liga para a altura, apenas desliza seus dedos pelo teclado. Sua noite virou uma coisa só entre a música e o céu. E essa é a última lembrança que levo comigo, nessa primeira de muitas Viradas que ainda virão pela frente.