Linhas soltas, asas rasgadas

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domingo, junho 05, 2005

Distorção

E aí eu volto a escrever em papel. Porque ele me disse que era bom, porque é de retornos que se vai tropeçando, porque enfim... é mais fácil assim. Como nos velhos tempos. Quando não havia mil e uma opções de escolha, mas também não perigava de se fazer a escolha errada. Estarei eu outra vez equivocada? É... provavelmente não pensei direito. E fica complicado isso, de qualquer forma, porque o pensamento é sempre fatalmente equivocado. O pensamento e o corpo. Mas e aquele ímã atraindo as órbitas, quem explica? Como faço pra não olhar naquela direção, como pra ignorar essa maldita multidão? Que enche de ruídos e fluidos uma desritmada recepção... Só porque eles são eles: seres a parte em uma realidade distorcida, que se brincar mal fazem parte da própria vida. Que da minha com certeza estão distantes, de mim que nem a mim mesma estou presente, ninguém pertence e ninguém nada cobra. E eu a despejar minhas cobras e lagartos sobre algo que no fundo não tem culpa. Sou uma nerd inassumida. Sou uma chata entre os legais perdida. Sou a Florbela dolorida. E kind of incompreendida, mas a isso remedia-se. Ou não? Ou é tudo um punhado de ilusão, meus sonhos e planos acabam que são em vão, minha vida é o que passa pela fresta de uma porta entreaberta. Tanta coisa pra ser feita e nada de eu mover meus braços. Músculos que não obedecem, vontade que não acontece realmente. O som é um barulho inconsequente. Minha cabeça é um morango batido no liquidificador, mas o sabor de fato é melhor com leite condensado. Meu cansaço é sono acumulado, minha revolta é repressão contida. Auto-censura é o pior veneno, auto-piedade a pior das drogas. Mas bom e ruim, a essas alturas, há muito virou relativo. Ouço, tento pensar, abaixo a cabeça e me esquivo. Duzentos e quarenta minutos apanhando de ondas sonoras, ao ponto em que eu não seria capaz de te dizer as horas. Mas que importa, também, quando há o azul. A brisa, o mar (lá longe, mas há), a lua, a boca tua, a borboleta nua. Self-portrait que nunca sai, de uma simplicidade que até me trai. E agora, contigo, não sei o que faço. Se brigo, se grito, se fico comigo mesma ou me desfaço. Um filme é muita coisa pra se terminar em duas semanas. Quero minha casa, um amor, quero um lanche e uma cama. E curativo, pra ver se estanco o sangue. Que, bem sei, não pára até que eu pare de me torturar à toa e encontre um jeito de viver, correr, me esconder e envelhecer numa boa. Mas aí eu seria uma outra pessoa.

1 Comments:

Blogger bulldozer studio said...

atualizar eu até vou. quando der tempo. estive em são paulo, londrina e estreiei uma peça na sexta passada. agora as coisas parecem que vão acalmar. mas também não sei, tenho uma peça pra escrever. talvez seja o fim. mas continuarei a passar por aqui. e depois da poesia só nos resta pensar. bjos.

9:39 AM  

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