Contemplação momentânea
Duas imóveis vagas, aladas
Que se crêem transparentes
Três espumas vermelhas demais
Doce passado há várias horas
O dedo de um deus faminto
A enorme tela dos tons sem fim
Sons ácidos de um ramo seco
Insetos passam enclausurados
Buraco que dá para o além
Uns corpos sujos, divididos
Par de olhos que me espirram
Clipes de ferro e decadência
Ângulo reto ao contrário
Sono de um balde cor de mar
Mil motores berrando à distância
E uma sombra que, súbito, pisca
Ah, se em mim contida fosse
Essa intensidade selvagem
Do interruptor que agoniza!
Mas a noite é espessa, com manchas
Toda nua de odores ou ventos...
Nela, o silêncio absorve tremores
De um ser sozinho que se permite
Observar todas essas coisas.
Que se crêem transparentes
Três espumas vermelhas demais
Doce passado há várias horas
O dedo de um deus faminto
A enorme tela dos tons sem fim
Sons ácidos de um ramo seco
Insetos passam enclausurados
Buraco que dá para o além
Uns corpos sujos, divididos
Par de olhos que me espirram
Clipes de ferro e decadência
Ângulo reto ao contrário
Sono de um balde cor de mar
Mil motores berrando à distância
E uma sombra que, súbito, pisca
Ah, se em mim contida fosse
Essa intensidade selvagem
Do interruptor que agoniza!
Mas a noite é espessa, com manchas
Toda nua de odores ou ventos...
Nela, o silêncio absorve tremores
De um ser sozinho que se permite
Observar todas essas coisas.
1 Comments:
Katinha,
O que a descrição de um mero segundo pode comportar! Pareceu-me, momentaneamente, que Dalí contemplava uma de suas obras...
Perdão pela cara-dura, mas, já que os versos rimados estão meio fora de moda, resolvi experimentar uns versos brancos também, coisa que nunca tinha feito, e ver como ficava se eu destilasse umas imprecações...
Beijos e parabéns pela inspiração! :-D
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