Mais um

Sexta-feira é sempre uma coisa boa e ruim ao mesmo tempo. Há um pessoal martelando lá fora, em uma construção que dá a impressão de não acabar nunca.
Hoje amanheceu rapidamente, mas parece-me que há mais calma no ar. Pelo menos me iludo que sim. Uma certa placidez preguiçosa que quase me preocupa. E embora faça sol, sinto um pouco de frio. Isso é normal?
Escuto as conversas de terceiros e me pergunto se deveria participar mais. Depois me pergunto se sou egoísta demais ou altruísta demais. A verdade é que jamais terei certeza. E a gente nunca sabe exatamente o que fazer, anyway.
Também tem todas as questões sobre carreira, futuro, trabalho e afins. Se escrever fosse fácil... E depois tem todo um ideal de vida que precisa ser alimentado, e quando chega o fim de semana é comum se esquecer das coisas que realmente importam. Depois me culpo, mas tudo bem. Tenho certeza de que isso não é normal.
Não tem problema. Às vezes percebo que ser diferente é mais seguro e mais sensato. No próximo post decido que vou voltar à ficção, porque fluxo de consciência já não diverte mais ninguém. Viva o entretenimento... Vive la France e Charlie Kaufman e o bolinho de arroz. Viva a liberdade de expressão no mundo virtual.
Bem, bem... Sexta-feira. Acho que vou ler o jornal.
Hoje prometi a mim mesma me permitir admirar o céu de verão sem questionar de onde ele vem ou para onde vai. Ou porque estamos todos aqui nesta roda gigante multicolorida, cheia de som e fúria e etc. A vida é cheia desses pequenos milagres que ninguém se dá ao trabalho de ver.
Então descubro que tenho um tremendo talento para falar sobre absolutamente nada. Além de um dom especial para a felicidade alheia. Tenho vontades que nem sempre são satisfeitas e que me movem em direção a moinhos de vento e hortelã.
Mas acho que isso é normal.

PS: A fase romântica ainda não passou, nem creio que há de passar algum dia (veio mesmo pra ficar?) Mas se eu for falar só de amor, ninguém aguenta. Então fica apenas uma observação pertinente: agora meu telefone toca.