Linhas soltas, asas rasgadas

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segunda-feira, setembro 18, 2006

Prosa - O Retorno

Andei brincando por aí que não havia mais espaço pra nada além de versos neste ilustre blog. Não era só brincadeira. Ok, talvez em parte... Poesia é uma forma diferente de pensar as coisas, só isso.
Minha mãe acha que não tenho mais saída. Ela não fala assim abertamente, mas dá pra sentir. Já dizia meu pai que cada panela tem sua tampa. Mas sejamos francos, metáforas culinárias já não se encaixam mais no meu perfil. Estou prestes a desistir de me ajudar, na comodidade do let it go, je suis fatiguée.
Os aparelhos eletrônicos resolvem parar de funcionar com a mesma facilidade com que eu tomo a decisão de, sei lá, mudar de ares. Não tenho garantia de 90 dias. Já expirou a minha. Eu preciso é aprender a beber com um porre homérico... Não creio que funcionaria, mas estou convicta de que vale a tentativa. Quando?
Na verdade, com quem tem sido o problema maior. Uma certa frustração generalizada, atirando seus dardos por todos os lados. Pois é, senhora poética, só não me coloque o carinha da tua comédia romântica lendo poesias pra amada... A título de esclarecimento, era pra ser uma história inspirada em fatos reais. Já viu no mundo real um homem que lê poesia pra gente? Eu nunca. Não nesta vida.
Um só fala sobre cinema. Outro respira, come, bebe e não me admiraria se ouvisse que se reproduz em cinema. E o outro não quer nem saber. Eu sinceramente não sei o que é pior. Afinal de contas, quem é que vai ver meus filmes, se nem os mais íntimos (seriam mesmo?) toleram o humilde trabalho? Quem sabe, os críticos. Eles adoram esse tipo de coisa, sick bastards.
Obviamente eu também sei o que isso significa. Oscar, aqui vamos nós. Quero dizer, a estatueta, não o coitado que batizaram com esse nome de tio propenso à depressão. Não, naturalmente isso não é sério... Quem precisa dos americanos? Todos sabemos que uma Palme d'Or já estaria de bom tamanho. Por enquanto.
Megalomanias e domínio do mundo deixados à parte por alguns momentos, a poluição de São Paulo já entrou pela minha garganta. E esses carros que não param, Deus meu! Alguém puxe o freio, por favor. A pessoa hoje em dia precisa somente de um pouco de silêncio, mas silêncio sepulcral, a ser quebrado exclusivamente quando o telefone toca por razões outras que não pessoas chatas pedindo coisas. Como as pessoas sabem ser inconvenientes nos dias de hoje, minha nossa! O ser humano é capaz das piores atrocidades, acreditem. Porém, nada se compara às máquinas.
O fato de que um aparelhinho tão pequeno não é capaz de fornecer um mínimo de paz e felicidade ao indivíduo que o possui é verdadeiramente abominável. Tortura e guilhotina à Motorola. O mesmo a todos os demais envolvidos nessa conspiração contra as pobres alminhas solitárias.
Minha mãe estava certa. E no entanto, há sempre saída: para que afinal servem as palavras?

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Orgulho de ser sua irmã, cherrie... cada vez escrevendo melhor!!! Palavras lindas e sinceras, você escreve melhor quando deixa o coração ajudar. E, não, pode ter certeza de que não estás sozinha, viu? É só olhar no espelho e me encontrar. Love ya!!! Keep on the great work, always... kisses kisses kom karinho... Karinha

10:32 AM  

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