Linhas soltas, asas rasgadas

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segunda-feira, dezembro 15, 2008

Buy or die

Então é Natal... E como reza a tradição em época de festas, quase todas as pessoas resolvem tornar-se (ao menos pelo período de um mês) maníacas compradoras compulsivas.
Os shoppings viram verdadeiros formigueiros, enfeitados com cenas poéticas de terras longínquas. C'est si bon, mas um pouco de bom senso também não faz mal a ninguém. Não tem o menor sentido ver neve por todos os lados em pleno verão tropical. Além disso, o coitado do Papai Noel bem poderia ganhar um modelito mais adequado.
Pra não falar da injustiça. Embora eu seja católica, não acho certo comemorarmos apenas a data cristã, ignorando as festas judaicas e hindus e muçulmanas e o que for... Por hora, não vamos criar polêmica, considerando que no fundo o que vale é o sentimento de amor e fraternidade.
Mas que sentimento? Só se for o estresse tomando conta... Que espírito natalino, o quê? Disputaremos a tapa aquele último item da liquidação. Nada como o clima caloroso entre as pessoas se empurrando na 25 de Março, ou a alegria de fazer hora extra no supermercado porque o faturamento é mais importante que qualquer ceia em família.
E de que importa? Viramos todos lunáticos. Compre X reais, e com mais Y reais você ganhará uma horrível almofada que provavelmente irá estragar a decoração da sua sala, ou um porta-trecos medonho que nunca sairá do armário. São só coisas. Amanhã sua avó não estará mais perto de você para lhe dar aquele abraço que é só dela, talvez seu pai não poderá mais sair a seu lado para longas caminhadas, ou seu irmão irá se mudar para outro país. De que então servirá tudo o que você comprou?
O que eu lembro com mais carinho dos Natais da minha infância é poder compartilhar alguns dias de esperança. Compartilhar de verdade. Uma esperança tola, eu sei, mas parecia que era possível (mesmo que por uma noite apenas) acreditar em algo especial e maravilhoso. Algo extraordinário. E saber que, independente do que acontecesse, aquele grupinho formado por pai, mãe, irmã e irmãos, sempre estaria ali. Às vezes perto só na lembrança, às vezes pelo telefone, outras (mais felizes) com todos em volta da mesma mesa. Às vezes sem grana, sem presente nenhum. Mas sempre juntos.
Pra mim, são as pessoas que fazem a diferença. Pode ser bobagem, até pieguice... Mas eu ainda acredito nessa utopia de Natal.

3 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Lindo, como sempre... e me fazendo chorar pela verdade das suas palavras. Beijos, te amo! Kisses kisses, Karinha

9:36 AM  
Blogger Katia K. said...

Acho que não tenho muito jeito pra comédia então, hehe...

10:20 AM  
Blogger Ferdibrand said...

Katinha,

Independentemente de minhas convicções natalinas, concordo que o Natal não deveria ser esse empurra-empurra de consumismo num mês cuja maior finalidade é esquecer o ano que passou. Em outras palavras, posso não acreditar no Natal em si, mas todos merecem um Natal. Já escrevi um dia sobre o assunto (http://ferdibrandblog.blogspot.com/2006/12/os-dois-natais.html).

beijos,

F.

10:57 PM  

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